O descargo de consciência...
Conheci um senhor que tinha uma pensão onde as putas recebiam os seus clientes. Por cada meia-hora de uso cobrava-lhes três contos. Ora este homem enriqueceu num instante. No entanto, integrava frequentemente as manifestações contra a prostutuição e esse "cancro" social como lhe chamavam nas procissões de pudor.
Este homem inclusivé, como era o proprietário do único hotelzito da região chamava mesmo as putas pelos nomes e tratava-as com um desmerecido desrespeito. Numa entrevista à entrada da Igreja de Domingo, que resultou duma campanha das mães sérias da mesma terra, chegou mesmo a dizer que a prostituição lhe metia nojo. Descargo de consciência? Cinismo? Inconsciência? Hipocrisia?
Talvez um pouco de cada, mas o que é certo que continuou a aceitar os três contos por cada meia hora, que entretanto aumentou para quatro, inflacionando assim também a foda alheia.
O Estado é tão consciente, tão consciente, quer tanto o nosso bem que até me comove. Reparem O TABACO MATA em letras enormes mas aceito o vosso dinheiro. Faz-me lembrar esse senhor.
Sermente (porque quanto mais putas lhe chamavam mais clientes elas tinham)